Tive a grande
satisfação de aplicar o método de alfabetização de Paulo Freire, junto com a Irmã
de caridade, Yolanda Setúbal, a um grupo de adultos que já haviam passado pelo
MOBRAL e tinham aprendido, apenas, a desenhar letras e decorado os textos do
livro que usavam.
Quando o fim
do ano chegou e podiam ler nomes de ônibus, cartazes, seus próprios documentos
e assinarem seus nomes, além de escrevem coisas que ditávamos, sem precisarem
copiar, foi simplesmente maravilhoso!
Um senhor havia
prometido a si mesmo que, se aprendesse, passaria um dia todo num ponto de
ônibus, para ajudar outros que não soubessem, ainda. E cumpriu.
Creio que
chegar à uma universidade para atingir altos níveis de instrução e depois não
conseguir deleitar-se com as experiências vividas não fará feliz um ser.
Vivi uma
experiência emocionante, gratificante e edificante para alguém que não foi além
do ensino fundamental.
O trabalho
que Paulo Freire prestou pode não ter atingido a humanidade da maneira que ela
espera de semelhante, mas tenho certeza que fez diferença a muitos, como a uma
senhora, que tudo que desejava era saber ler para consultar a Bíblia quando
suas angústias assolassem sua vida.
Ainda vive
ela hoje e continua firme em sua fé alimentada pela Palavra de DEUS!
Há pelo menos
29 anos que cultivo tal sentimento por esse homem iluminado, mas mal
compreendido, como a maioria dos que se dispõe a lutar pela educação,
especialmente, no nosso país.
pelo